sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Buraco na camada de ozônio sobre Antártida em 2012 foi segundo menor em 20 anos


Imagem da Nasa mostra dois momentos do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, em setembro de 2002 (D) e em 2001
                 
O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, que se forma anualmente entre setembro e outubro, foi em 2012 o segundo menor em 20 anos devido a temperaturas menos frias, informou esta quarta-feira a Agência Americana Oceanográfica e Atmosférica (NOAA).
Sua superfície média foi de 17,9 milhões de km2, detalhou a NOAA (na sigla em inglês), que estabelece estas medições graças a um satélite da Nasa.
"As temperaturas foram um pouco mais quentes este ano na alta atmosfera, sobre a Antártida, o que permitiu uma destruição menor do ozônio em comparação com o ano passado", explicou Jim Butler, do laboratório de pesquisas sobre o sistema terrestre da NOAA.
O buraco de ozônio na Antártida alcançou este ano um máximo para a estação em 22 de setembro, com 21,2 milhões de km2, o que equivale à superfície de Estados Unidos, Canadá e México somados.
Comparativamente, o maior buraco medido nesta camada teve extensão de 29,9 milhões de km2 no ano 2000.
O buraco começou a se formar a cada ano nos pólos desde a década de 1980 devido aos componentes clorados (clorofluocarbonos, conhecidos como CFC) usados pelo homem no sistema de refrigeração e aerossóis.
A produção de CFC foi agora reduzida praticamente a zero, graças ao protocolo internacional firmado em 1985 em Montreal, mas estas substâncias químicas persistem muito tempo na atmosfera.
O ozônio, uma molécula composta de três átomos de oxigênio, se forma na atmosfera, onde filtra os raios ultravioleta do sol que danificam a vegetação e podem provocar câncer de pele. O frio intenso se mantém como fator principal deste escudo natural.
Sob o efeito do frio, o vapor d'água e as moléculas de ácido nítrico se condensam para formar nuvens nas camadas baixas da estratosfera. Nestas nuvens se forma cloro, o que contribui para a destruição do ozônio.
Apesar da aplicação do Protocolo de Montreal há mais de duas décadas, talvez seja necessário passar 10 anos mais antes que se comece a regenerar a camada de ozônio da Antártida, segundo cientistas do NOAA.
Paul Newman, cientista deste organismo, calcula que a camada de ozônio da Antártida não recuperará seus níveis de princípio dos anos 1980 antes de 2060.

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