quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lançamento de foguete privado inicia nova era na exploração espacial

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Washington, 22 mai (EFE).- A privatização da exploração espacial deu um salto crucial nesta terça-feira com o lançamento da Dragon, a primeira cápsula comercial que levará meia tonelada de provisões à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Após dois adiamantes e um lançamento abortado neste mês, um foguete Falcon 9, da empresa Space Exploration Technologies (SpaceX), decolou às 04h44 (de Brasília) do Cabo Canaveral, na Flórida, levando a cápsula não tripulada.
A Nasa (agência espacial americana), que no ano passado pôs fim à era dos ônibus espaciais com os quais construiu a ISS, assinou um contrato de US$ 1,6 bilhão com a SpaceX para uma dúzia de missões de reabastecimento da estação que orbita a cerca de 385 quilômetros da Terra.
O foguete Falcon 9 foi lançado quando a ISS orbitava sobre o Atlântico Norte, e, dez minutos depois, a confirmação que a cápsula Dragon tinha alcançado sua órbita causou euforia na sala de controle de missão e entre os jovens técnicos da SpaceX.
"O significado deste dia não pode ser exagerado", disse o administrador da Nasa, Charles Bolden, após o lançamento do foguete. "Estamos transferindo ao setor privado nosso transporte à ISS de modo que a Nasa possa concentrar-se no que fazemos melhor: a exploração mais profunda de nosso sistema solar".
Por sua parte, o multimilionário sul-africano Elon Musk, fundador, executivo principal e designer-chefe da SpaceX, disse em entrevista coletiva que, após todos os adiamentos "o lançamento de hoje foi uma grande alegria. Para nós foi como ganhar a final de um torneio de futebol".
Se tudo funcionar como está programado, no terceiro dia de sua missão a Dragon, que leva mais de meia tonelada de alimentos, roupas e equipamentos de laboratório, se acoplará à ISS e ali permanecerá durante 18 dias.
A cápsula tem capacidade para 3,3 toneladas de carga, mas dado que esta é uma missão de teste, transporta apenas materiais importantes, mas não críticos, segundo a Nasa.
Desta forma, a ISS, na qual os Estados Unidos investiram US$ 50 bilhões dos mais de US$ 100 bilhões que custa, e os seis astronautas que vivem ali receberão os primeiros abastecimentos transportados por uma nave de empresa privada.
Musk, de 40 anos de idade, que fundou a SpaceX em 2002 e possui mais de 70 milhões de ações da empresa, foi co-fundador do sistema de pagamentos pela internet PayPal (agora parte do eBay), e é o executivo principal de Tesla Motors, que fabrica automóveis elétricos.
De acordo com o site SharesPost, a SpaceX, na qual Musk investiu US$ 100 milhões, tem um valor de US$ 2,37 bilhões, e o empresário indicou em fevereiro que provavelmente em 2013 fará a primeira oferta pública de ações.
Na semana passada, em comunicado de imprensa, a SpaceX anunciou que tem mais de US$ 4 bilhões em receita sob contrato, incluindo seus negócios com o governo e as vendas comerciais.
A exploração espacial, que germinou e cresceu durante a Guerra Fria, foi majoritariamente uma empresa vinculada aos programas militares e até agora apenas veículos desenvolvidos pelos governos de EUA, Europa, Japão e Rússia atracaram na ISS.
Porém, nenhuma dessas naves tem a capacidade para trazer de volta à Terra quantidades significativas dos experimentos científicos realizados na ISS, como tinham os ônibus espaciais, e como tem a Dragon.
A Dragon transporta ainda as esperanças de centenas de estudantes que elaboraram projetos de pesquisa e experimentação, em sua maioria de biologia e química, para que sejam realizados na ISS. EFE

Astrônoma para de procurar ETs para arrecadar fundos

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A astrônoma americana Jill Tarter, famosa por explorar durante décadas os céus em busca de sinais de vida em outras partes do cosmo, e cujos esforços inspiraram o filme "Contato", deixará a pesquisa para se dedicar à arrecadação de fundos.
Tarter anunciou na terça-feira que deixará o cargo de diretora do Instituto SETI (acrônimo em inglês para "busca de inteligência extraterrestre"), centro de pesquisas sem fins lucrativos, localizado no norte da Califórnia, para se concentrar na arrecadação de recursos para a instituição.
A trajetória de 35 anos de Tarter, inspiração do personagem de Jodie Foster no filme escrito por Carl Sagan e dirigido por Robert Zemeckis, em 1997, será homenageada no SETIcon, segunda reunião anual de cientistas, artistas e membros da indústria do entretenimento, que será celebrada no coração do Vale do Silício, em junho.
Os oradores da homenagem a Tarter, prevista para 23 de junho, incluem a astronauta Mae Jemison, o ator Robert Picardo, da série de TV "Star Trek: Voyager", e Frank Drake, autor da Equação de Drake, que estima o número de civilizações extraterrestres detectáveis na Via Láctea.
Tarter, de 68 anos, começou a trabalhar no programa SETI, da Nasa, na década de 1970, integrando uma pequena equipe de cientistas que desenvolviam formas de buscar sinais alienígenas com ondas de rádio.
A astrônoma continuou os esforços de busca no Instituto SETI após a retirada da Nasa do programa, em 1993.
Tarter foi incentivada em seus objetivos pelas descobertas do telescópio Kepler, da Nasa, que descobriu milhares de novos sistemas planetários.
"É muito emocionante, depois de todo esse tempo, saber onde procurar", disse à AFP.
"Todos estamos na expectativa com relação ao Terra 2.0, um planeta parecido à terra", continuou. "Todo mundo tem esta sensação de que está ali na esquina, quase de pode sentir".
O astrofísico Gerry Harp assumirá o cargo de diretor do Instituto SETI.

Eclipse solar 'anel de fogo' assombra milhões da Ásia aos Estados Unidos

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Ponto alto do eclipse 'anel de fogo', registrado em Tóquio

Milhões de pessoas assistiram a um espetáculo único entre domingo e segunda-feira, quando um eclipse solar anular, um fenômeno raro no qual a Lua passa diante do Sol, deixando visível um "anel de fogo", cruzou o Pacífico da Ásia até os Estados Unidos.
O eclipse anular ficou visível primeiro em regiões de China, Taiwan e Japão, onde já era madrugada de segunda-feira. Em seguida, atravessou o Pacífico até chegar à região oeste dos Estados Unidos, onde pôde ser visto da Califórnia ao Texas, no entardecer de domingo.
"Foi impressionante", disse o estudante Marcos Doporto em Albuquerque, Nuevo México (sudoeste), uma das maiores cidades dos Estados Unidos situada na rota exata deste eclipse parcial do Sol, visível durante quatro minutos em seu ponto culminante.
Um eclipse anular ocorre quando a Lua passa diante do Sol, mas está longe demais da Terra para bloqueá-lo completamente, deixando visível um "anel de fogo".
Na Ásia, nuvens em grande parte do sudeste da China impediram uma visão clara, embora os madrugadores de Hong Kong tenham conseguido ver uma pequena parte do eclipse anular.
No entanto, muitos em Tóquio puderam apreciar o belo espetáculo. A capital japonesa, onde moram 30 milhões de pessoas, teve a primeira visão do fenômeno em 173 anos. O fênemeno desencadeou uma grande venda de pacotes turísticos para a ocasião e de óculos especiais para a observação.
Para quem não conseguiu testemunhar pessoalmente, os canais de televisão mais importantes do país exibiam o fenômeno ao vivo.
A gigante da eletrônica Panasonic enviou uma expedição ao topo do monte Fuji, a montanha mais alta do Japão, com 3.776 metros, para filmar o fenômeno usando equipamentos de energia solar.
Em Hong Kong, milhares de madrugadores foram até o passeio marítimo Victoria Harbour com a esperança de ver o espetáculo, mas o céu encoberto só permitiu que apreciassem o fenômeno por um minuto.
Um dos melhores lugares da América do Norte para ver o eclipse completo era a cidadezinha de Kanarraville, em Utah (oeste), onde a população local de 350 pessoas recebeu a visita de milhares de observadores.
Em Los Angeles, milhares de pessoas se reuniram para ver o eclipse mais espetacular da cidade em 20 anos no Observatório Griffith, localizado em uma colina com vista para a cidade, perto do emblemático letreiro de Hollywood.