terça-feira, 13 de março de 2012

atividades em sua rede social mantendo total controle. Entrar no Facebook Astronautas podem sofrer problemas no cérebro e nos olhos

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Problemas no cérebro e nos olhos vieram à tona em astronautas que passaram mais de um mês no espaço, marcando um potencial revés para os planos de realizar missões espaciais mais longas e profundas, segundo um estudo americano divulgado nesta terça-feira.
A pesquisa no Journal Radiology analisou imagens de ressonância magnética de 27 astronautas que passaram uma média de 108 dias no espaço, tanto em missões em ônibus espaciais quanto a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Missões de ônibus espaciais duram normalmente duas semanas, enquanto as passagens pela ISS podem levar mais de seis meses. Uma missão em Marte para levar astronautas ao planeta vermelho nas próximas décadas pode demorar um ano e meio.
Dentre os astronautas que viveram mais de um mês no espaço durante a vida, os pesquisadores encontraram uma variedade de complicações que parecem similares a uma síndrome causada por uma pressão inexplicada no cérebro.
Estes sintomas incluem fluído cérebro-espinhal em excesso ao redor do nervo óptico em 33% dos astronautas estudados e achatamento da parte de trás do globo ocular em 22% deles.
Cerca de 15% sofreram um abaulamento do nervo óptico e 11% apresentaram alterações na glândula pituitária - que se localiza entre os nervos óticos, secretando hormônios sexuais e regulando a tireóide - e em sua conexão com o cérebro.
Efeitos similares, que podem levar a problemas de visão, foram observados em viajantes não-espaciais que sofrem de uma acumulação de pressão inexplicável no cérebro, uma condição conhecida como hipertensão intracraniana.
"Hipertensão intracraniana induzida por microgravidade representa um fator de risco hipotético e uma limitação especial para viagens espaciais de longa duração", informou o principal autor do estudo, Larry Kramer, professor de diagnóstico e de intervenções na Escola de Medicina da Universidade do Texas, em Houston.
"Os achados da ressonância magnética revelaram várias combinações de anormalidades seguindo exposições à microgravidade tanto no curto prazo quanto no longo prazo, também vistas (em pessoas com) hipertensão intracraniana idiopática".
Enquanto perda de massa óssea, dores musculares temporárias e anormalidades nos nervos já eram conhecidas por atingir astronautas no passado, os novos dados relacionados a problemas nos olhos preocuparam muitos na Nasa em relação à saúde de seus membros enviados ao espaço.
"A Nasa colocou este problema no topo de sua lista de riscos humanos, iniciou um programa abrangente para estudar seus mecanismos e implicações e continuará monitorando de perto a situação", disse William Tarver, chefe de medicina clínica de voo no Centro Espacial Johnson, da Nasa.
Ele ressaltou que as descobertas são suspeitas, mas não conclusivas sobre a hipertensão intracraniana, e disse que nenhum astronauta se tornou inelegível para futuros voos espaciais como resultado dos estudos.

Rússia propõe ampliar para 9 meses estadia de astronautas em estação espacial

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Moscou, 13 mar (EFE).- A agência espacial russa, Roscosmos, propôs nesta terça-feira que a estadia dos astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS) seja ampliada de seis para nove meses, com o objetivo de aumentar sua contribuição ao desenvolvimento da ciência.
"Devemos garantir que na ISS seja praticada não só a ciência básica, mas também a aplicada. Para que em 2020 possamos dizer: sim, podemos voar mais e mais longe", afirmou o chefe do programa de voos tripulados da Roscosmos, Alexei Krasnov, citado pelas agências russas.
Por esse motivo, Krasnov disse que está se discutindo a ampliação das missões à estação espacial, "de seis para nove meses, e depois para um ano".
O funcionário assegurou que a Roscosmos propôs a medida para a Nasa em recente reunião realizada no Canadá.
"Não acho que as missões ampliadas possam ser feitas antes de 2014 e 2015", reconheceu Krasnov, que também assegurou que a Rússia é partidária de prolongar a vida útil da ISS até 2028.
Em princípios de 2010 os chefes das agências espaciais que participam do projeto decidiram que a estação permanecerá em órbita até 2020.
Estava previsto que a ISS fecharia suas portas em 2015, mas a Rússia e outros 15 países insistiram na importância de prolongar sua vida útil, em grande parte porque sua construção ainda não foi concluída.
Os primeiros astronautas chegaram na estação em 2 de novembro de 2000, por isso a ISS já superou o recorde estabelecido pela estação russa MIR de 9 anos e 257 dias com presença humana. EFE

Astronauta fotografa aurora austral entre a Antártica e a Austrália

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O astronauta holandês Andre Kuipers fotografou, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), uma aurora austral sobre o mar, entre a Antártica e a Austrália. O clique foi feito no último sábado (10), mas a foto só foi divulgada pela Nasa (agência espacial americana) nesta terça-feira (13).



O fenômeno é causado pela interação de ventos e poeira solar e o campo magnético terrestre. Na última semana, a Terra recebeu um grande volume de radiação solar, originado de erupções de plasma da estrela. O fenômeno interfere no funcionamento de rádios de comunicação e alguns satélites.

A aurora no Norte da Terra é chamada de boreal.

terça-feira, 6 de março de 2012

Sedimentos no México sustentam teoria de impacto extraterrestre

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Washington, 5 mar (EFE).- Uma equipe internacional de cientistas identificou no lago Cuitzeo, no centro do México, materiais inusitados em um sedimento que sustentam a teoria de um impacto extraterrestre há cerca de 12,9 mil anos, indica um artigo publicado nesta segunda-feira pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).
A equipe, liderada por Isabel Israde Alcantara, da Universidade Michoacana, no México, afirma que a camada de sedimento lacustre negro é rica em carvão e contém nanodiamantes e microesferas que datam do início do período denominado Dryas recente.
Esta foi uma breve fase de 1,3 mil anos de esfriamento climático ao final do período pleistoceno. Os materiais encontrados em uma amostra de 27 metros de comprimento obtida do solo mexicano são interpretados como resultado de um "impacto extraterrestre".
Além de Isabel, fizeram parte da equipe Gabriela Domínguez Vázquez, da Universidade Michoacana, do México, e cientistas da Universidade Nacional de Taiwan, das universidades americanas da Califórnia, Oregon e Harvard, e do Instituto para Ciência de Materiais de Tsukuba, do Japão.
O lago de Cuitzeo, que cobre de 300 a 400 quilômetros quadrados e tem uma profundidade média de 27 metros, localiza-se entre os estados de Guanajuato e Michoacán de Ocampo e ocupa o segundo lugar em extensão no México.
Os cientistas extraíram a amostra com o objetivo de obter um registro do clima da antiguidade além do período interglacial.
"Nossa atenção logo focou em uma camada anômala, de uns 10 centímetros de espessura e 2,8 metros de profundidade, que data de aproximadamente 12,9 mil anos atrás e coincide com várias mudanças ambientais e bióticas anômalas, reconhecidas independentemente em outras sequências de amostras lacustres regionais", destaca a nota.
Essas mudanças, obtidas em conjunto, produziram a camada mais notória de delimitação dos sedimentos ao final do período quaternário.
A camada, explicaram os cientistas, contém uma acumulação diversa e abundante de materiais que se relacionam com um impacto e, além dos nanodiamantes e esferas de carbono, há esferas magnéticas.
Os pesquisadores, em seu artigo, trabalham com diversas hipóteses que possam explicar essas observações e chegam à conclusão de que a presença de tais materiais "não podem ser explicadas por qualquer mecanismo terrestre".
Entre as hipóteses analisadas, figuram a "chuva cósmica" - queda de meteoritos sobre a Terra -, a origem vulcânica desses sedimentos, a produção humana e até a identificação errônea dos materiais encontrados.
Cada uma dessas hipóteses é discutida detalhadamente no artigo, que chega à conclusão de que "o impacto cósmico é a única hipótese viável".
"Embora a origem desses sedimentos continue sendo tema de especulação, há atualmente um só acontecimento conhecido, um impacto cósmico, que pode explicar a acumulação diversa e amplamente distribuída desses materiais", complementam os autores. EFE

xplosão de partículares do Sol chegará à Terra

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RIO - Distúrbios magnéticos no Sol lançaram uma explosão colossal de partículas carregadas no espaço esta noite. A tempestade solar irrompeu da mancha solar AR 1429 às 4:13 da madrugada de segunda-feira, 5. Segundo o prognóstico da Nasa, ela atingiria a Terra entre a noite de terça-feira e quarta-feira.O tamanho exato da explosão, formalmente conhecida como uma ejeção de massa coronal, ainda não é conhecido, mas, em temros de energia, é uma erupção da classe X 1.1 - que está entre as mais fortes medidas pelos astrônomos. Um impacto direto com essa tempestade pode causar apagões de rádios e danificar satélites.
Por sorte, o prognóstico sugere que apenas a borda da explosão chegaria à Terra. O Centro de Predição do Tempo do Clima Espacial anunciaram que o evento pode produzir uma tempestade de radiação menor na terça ou na quarta-feira.
Estima-se que tempestades solares similares aumentem conforme o Sol mova-se em direção ao pico conhecido como máximo solar, o fim de um ciclo de 11 anos em que o campo magnético adquire um formato mais contorcido.

Erupção solar envia partículas na direção da Terra, diz Centro Espacial

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Washington, 5 mar (EFE).- Uma forte erupção na superfície do Sol, somada com a temporada de tempestades, enviou ondas de plasma e partículas que alcançarão a Terra, conforme informou nesta segunda-feira o Centro de Prognósticos Climatológicos Espaciais (SWPC).
O SWPC, operado pelo Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, indicou que o clarão foi de classe X1.1, o que significa que se trata de uma das mais poderosas das erupções solares. O fenômeno aconteceu às 1h13 desta segunda-feira.
A expectativa é de que a onda de plasma e partículas solares alcance a Terra em dois ou três dias.
As erupções solares interferem no campo magnético da Terra e as ondas, que obrigaram a mudar a rota de alguns aviões comerciais que sobrevoavam os pólos, continuarão se intensificando, segundo os especialistas.
O Sol passa por ciclos regulares de atividade, que a cada 11 anos aproximadamente se intensificam e provocam tempestades que às vezes deformam e inclusive atravessam o campo magnético da Terra.
Os especialistas indicaram que a atual temporada de tempestades é a mais intensa registrada desde setembro de 2005 e que estas provocam efeitos especiais únicos como as auroras boreais, além de interferir nas comunicações.
Além disso, as redes de transmissão de eletricidade, as comunicações via rádio e os sistemas de satélites são afetados, mas a Nasa afirmou que os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) não correm perigo.
Em janeiro, os cientistas detectaram duas erupções no período de quatro dias seguidos por ondas com bilhões de toneladas de plasma viajando a cerca de 8 milhões de km/h.
A onda causada pelo segundo dos dois clarões alcançou a Terra cerca de 34 horas depois da erupção, em vez dos dois ou mais dias que habitualmente esse deslocamento demora. EFE

Alinhamento raro do Sol e da Lua precedeu naufrágio do Titanic

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Washington, 6 mar (EFE).- A colisão do Titanic com um iceberg em 1912 pode ter sido consequência de um raro alinhamento do Sol e da Lua ocorrido mais de quatro meses antes, segundo um artigo publicado na edição de abril da revista "Sky & Telescope".
Aproveitando a renovada fascinação em torno do naufrágio do transatlântico, pela proximidade do centenário do acidente no qual morreram aproximadamente 1,5 mil pessoas, os astrônomos da Universidade Estadual do Texas Donald Olson e Russell Doescher explicaram sua hipótese sobre a abundância de icebergs na rota da embarcação.
Na noite do dia 14 de abril de 1912, o navio, que segundo a publicidade da época "nem Deus era capaz de afundar", bateu em um iceberg e naufragou.
Outras embarcações que responderam aos chamados de socorro encontraram na região do Atlântico Norte uma abundância incomum de icebergs.
Junto com a proliferação de reportagens, romances e filmes que transformaram o afundamento do Titanic no "acidente do século 20", se multiplicaram por décadas as perguntas sobre a existência de um número de icebergs superior ao habitual na área.
Os astrônomos partiram do trabalho do oceanógrafo Fergus J. Wood, da Califórnia, um estudioso das marés que sugeriu que uma aproximação rara da Lua à Terra, ocorrida em 4 de janeiro de 1912, pode ter contribuído para marés também mais altas do que o normal.
Olson e Doescher descobriram que nessa data também ocorreu um acontecimento pouco comum: a Lua e o Sol se alinharam de uma maneira que fez com que sua atração gravitacional se reforçasse mutuamente, formando o que é conhecido como maré de sizígia.
Além disso, a proximidade da Lua foi a maior registrada em cerca de 1.400 anos e ocorreu dentro dos seis minutos de uma lua cheia. Já a aproximação máxima do Sol havia ocorrido no dia anterior.
"Foi a maior aproximação da Lua à Terra em mais de 1.400 anos e esta configuração maximizou as forças lunares que levantam as marés nos oceanos da Terra", disse Olson.
Inicialmente, os pesquisadores procuraram determinar se marés mais cheias tinham aumentado os desprendimentos de icebergs na Groenlândia, que é o local de origem da maioria dos icebergs dessa região atlântica.
Mas logo se deram conta que, para chegar à rota de navegação do Titanic por volta de abril, os icebergs desprendidos das geleiras da Groenlândia em janeiro deveriam ter se deslocado muito rápido e em sentido contrário às correntes.
No entanto, segundo o depoimento das tripulações dos outros navios que responderam ao chamado do Titanic, havia muitos icebergs na área, tantos que pelo resto da temporada de 1912 as rotas de navegação foram desviadas para o sul.
A resposta à questão sobre a procedência de tantos icebergs na região está nos icebergs encalhados e à deriva.
À medida que os icebergs desprendidos da Groenlândia se movimentam para o sul, muitos ficam encalhados nas águas menos profundas do litoral de Terra Nova e Labrador (Canadá).
Normalmente, os icebergs ficam ali e não conseguem se movimentar até que derretam o suficiente para voltar a flutuar, ou até que uma maré alta os libere.
Assim, os astrônomos do Texas levantaram a hipótese de as marés mais elevadas do que o normal de janeiro de 1912 terem desencalhado estes icebergs, que se deslocaram rumo ao sul pelas correntes oceânicas e em direção às rotas de navegação. EFE

'Vamos precisar de cinco planetas Terra', diz Sha Zukang

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RIO - Se países como Brasil, China e Índia resolverem copiar o estilo de vida dos países ricos, a conta não fecha. Seriam necessários cinco planetas Terra para atender a tamanha demanda. O diagnóstico foi feito pelo chinês Sha Zukang, secretário-geral da ONU para a Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que será realizada na cidade entre os dias 20 e 22 de junho. De passagem pelo Brasil para preparar a logística do encontro e participar de negociações com a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, Sha deixou claro que "é urgente definir um conjunto de objetivos para garantir o sucesso da conferência". E admitiu: "Não podemos falhar".
O GLOBO: Qual é sua expectativa para a Rio + 20, já que, no fim do mês, será realizado em Nova York mais um encontro para definir o documento da conferência?
SHA ZUKANG: Em janeiro último, definimos o "rascunho zero" do documento final da Rio+20. O prazo final para entrega das propostas foi no último dia 29 de fevereiro, mas ainda estamos esperando algumas contribuições. Só depois que recebermos todas as propostas dos países é que vamos começar as negociações. Estamos tendo muitas dificuldades nessas reuniões preparatórias. Está bem difícil chegar a um acordo. Depois de todas as reuniões preparatórias, teremos apenas 15 dias para fechar as negociações. A restrição de tempo é uma das nossas maiores dificuldades.
O GLOBO: O senhor acredita que a crise financeira internacional também é um empecilho?
SHA: Sem dúvida a situação internacional não é muito favorável, até porque ela está atingindo os países ricos. E são justamente esses países os que têm mais responsabilidades na discussão climática. E para piorar ainda mais a situação, esses países estão, nesse momento, preocupados com as eleições nos seus próprios países. E são justamente os países da zona do euro os maiores doadores. E como a transição para uma economia de baixo carbono necessita de recursos financeiros, temos um problema, porque os países que são grandes doadores estão em crise financeira. Tudo isso está dificultando bastante as negociações. Ainda assim, estou confiante.
O GLOBO: A situação do mundo do ponto de vista ambiental está se agravando?
SHA: Temos que reconhecer que a situação é urgente, até porque muitas das decisões tomadas há 20 anos, na Rio-92, ainda não foram implementadas. E, nessas duas últimas décadas, a situação só piorou, tanto do ponto de vista da produção como do ponto de vista do consumo. O atual padrão de produção e consumo não pode continuar. É uma questão de sobrevivência da humanidade. Se todos os países emergentes, como Brasil, China e Índia, por exemplo, decidirem copiar o estilo de vida dos países desenvolvidos, seria necessários cinco planetas Terra para atender a todo esses aumento de demanda. Hoje, temos sete bilhões de pessoas no mundo; em 2050, seremos nove bilhões. Os recursos naturais estão dando sinais de escassez, enquanto a população mundial não para de crescer. E ainda precisamos erradicar a pobreza no mundo.
O GLOBO: Logo, o que o senhor está dizendo, é que a conta não está fechando?
SHA: Existe uma grande responsabilidade. Vejo a Rio + 20 como uma chance histórica de cuidar do desenvolvimento sustentável. Em vez de olharmos como uma questão de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, é um tema que une toda a humanidade. Não podemos falhar, temos que ter sucesso.
O GLOBO: Qual é o papel do Brasil nesse contexto?
SHA: O Brasil é um líder, e não digo isso apenas para agradar ao país anfitrião. É um país grande, com influência regional e global. E fez um trabalho tremendo em integrar os três pilares: social, econômico e ambiental. Há ótimas experiências em erradicação de pobreza sob a gestão do presidente Lula e do atual governo.
O GLOBO: O que se espera do resultado da Rio + 20?
SHA: Devemos ser ambiciosos e muito práticos. Precisamos de objetivos. Claro que teremos palavras ao negociar, mas precisamos é de ação. A economia verde é o principal tema. Precisamos de um plano amplo, com etapas, opções de políticas e um conjunto de boas práticas. Também é interessante uma espécie de leve responsabilidade e um fórum que possa rever e acompanhar o que estiver em curso. É preciso de objetivos para medir quanto progresso estamos fazendo. Um conjunto de objetivos é absolutamente necessário. Outro ponto importante é o arcabouço institucional. Algumas propostas defendem uma espécie de conselho de desenvolvimento sustentável ou uma comissão.
O GLOBO: Por que a mudança climática não está na agenda da Rio +20?
SHA: Mudança climática é um tema sustentável. Quaisquer resultados que tenhamos vão certamente facilitar a questão da mudança climática e temos como o uso eficiente de energia. Tudo está relacionado. Não é verdade (que o assunto mudança climática não será tratado). Mas a Rio + 20 está tratando de um assunto muito mais amplo e maior do que a questão climática.
O GLOBO: O que é a economia verde?
SHA: Temos um debate sobre a definição (do que é economia verde). Não há uma definição clara. Pessoas diferentes têm visões diferentes. Mas certamente concordamos que (economia verde) não é um substituto para desenvolvimento sustentável, não deve levar ao protecionismo nem gerar condicionalidades para ajudas. A economia verde pode permitir a criação de postos de trabalho e tem o potencial de integrar os três pilares: econômico, social e ambiental. Mas a verdade é que atualmente muitos países praticam a economia verde. No meu país (China), fizemos uma legislação específica. Até países africanos são exemplos.
O GLOBO: Diante da atual situação internacional, podemos esperar que países doadores e instituições internacionais abram seus cofres?
SHA: A questão financeira é crítica para os países em desenvolvimento. Por que temos uma conferência sobre desenvolvimento sustentável? Porque não há sustentabilidade. Os países em desenvolvimento são o que podemos chamar de vítimas. Não estou culpando ninguém, mas nosso passado de desenvolvimento nos últimos 400 anos criou os problemas que enfrentamos hoje. Países em desenvolvimento não foram responsáveis por isso, eles estavam ocupados demais em encher seus estômagos. Já os países desenvolvidos têm responsabilidade de cumprir os compromissos já feitos, senão vão perder credibilidade. É por isso que dou ênfase à palavra implementação. Foi feito um compromisso há 20 anos. Não precisamos de mais palavras, mas de ações.
O GLOBO: Mas como esperar doações quando os países desenvolvidos estão em crise?
SHA: A maior parte dos países doadores está enfrentando problemas financeiros. Nós só podemos desejar que esses problemas acabem em breve ou muito rapidamente. Ficamos felizes, por exemplo, com o fato de os Estados Unidos estarem se recuperando. Mas a crise financeira é temporária, de curto prazo, enquanto o desenvolvimento sustentável é (uma questão) para o futuro, longo prazo. Não misturem. Os países desenvolvidos devem olhar à frente, com uma visão de longo prazo. Desenvolvidos ou em desenvolvimento, todos temos responsabilidades comuns. Deixe-me também enfatizar que a sustentabilidade deve ser uma responsabilidade do país. Nenhum país deve depender apenas da ajuda dos países desenvolvidos. Para alguns, alguma assistência será necessária para dar o pontapé ou acelerar o processo.
O GLOBO: Quais devem ser os pontos mais delicados do processo de negociação?
SHA: Como mencionei, o tempo deve ser a principal barreira. E há a questão da definição de economia verde, que não existe. Além disso, teremos que negociar algumas regras, que eventualmente vão restringir o comércio. Alguns objetivos podem afetar os países em desenvolvimento, que podem não ser capazes de atingir os critérios e perder mercado. Também terão que ter tecnologia, coisa que países pobres geralmente não têm. Nem possuem recursos para comprar. Essas são as preocupações. Não podemos ter objetivos ou critérios como uma fórmula que sirva para todos. O desenvolvimento sustentável deve ser apenas o começo, não um fim.
O GLOBO: O que é mais difícil para os país mudarem?
SHA: Os países desenvolvidos estão acostumados a um estilo de vida, então não é um trabalho simples mudar. Até para emergentes como China e Brasil não é fácil. O uso de energias renováveis, por exemplo, é muito bom. Vamos usar energia eólica, solar, hidrelétrica, nuclear. Mas elas são caras, quem vai pagar? Como atingir o equilíbrio entre usar a energia que vai reduzir a emissão de carbono, mas ao mesmo tempo ter energia suficiente para produzir comida? O importante, no entanto, é que transformemos desafios em oportunidades.

domingo, 4 de março de 2012

Sonda Cassini detecta oxigênio em lua de Saturno

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Washington, 2 mar (EFE).- A sonda espacial Cassini detectou oxigênio em uma baixa concentração em Dione, uma das luas de Saturno, o que indica que o planeta teria uma tênue atmosfera, embora muito menos densa que a da Terra.
"A sonda Cassini encontrou pela primeira vez íons de oxigênio molecular na gelada lua de Saturno de Dione", anuncia um comunicado emitido nesta sexta-feira pela equipe encarregada da missão.
No entanto, os íons de oxigênio estão muito dispersos - um por cada 11 centímetros cúbicos -, o que faz esta concentração equivalente à da atmosfera da Terra a uma altura de 480 quilômetros.
"Agora sabemos que Dione, da mesma forma que os anéis de Saturno e sua lua Rhea, é uma fonte de moléculas de oxigênio", indicou Robert Tokar, um membro da missão Cassini no Laboratório Nacional de Los Álamos (EUA).
Em sua opinião, esta descoberta confirma que o oxigênio é comum no sistema de luas de Saturno e que pode surgir em processos que não implicam formas de vida.
O oxigênio, elemento básico para a vida na Terra - onde sua concentração na atmosfera chega a cerca de 21% -, poderia se originar nas luas de Saturno devido a fótons solares ou partículas de energia que impactam contra a superfície de água gelada do satélite.
Os cientistas não pensavam que Dione, devido a seu pequeno tamanho, pudesse abrigar uma atmosfera. A nova descoberta faz deste pequeno satélite um objeto de estudo muito mais interessante.
A sonda Cassini, lançada em 1997, é uma missão que conta com a participação da Nasa, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Italiana, cujo objetivo é estudar as mudanças climáticas em Saturno e em suas luas. EFE

Nasa garante que roubo de laptop com códigos da ISS não afeta operações

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Washington, 2 mar (EFE).- A Nasa, agência espacial americana, afirmou nesta sexta-feira que, apesar do roubo de um laptop com códigos de controle da Estação Espacial Internacional (ISS), as operações do posto orbital não correm perigo.
O inspetor geral da Nasa, Paul Martin, tinha informado nesta semana, em discurso ao Congresso americano, sobre a perda ou roubo, entre 2009 e 2011, de pelo menos 48 aparelhos portáteis - telefones celulares e computadores - que continham informações delicadas.
Em 2011, o sumiço de um computador resultou na perda de algoritmos usados para o comando e controle da Estação Espacial Internacional, explicou Martin.
No entanto, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a porta-voz da Nasa, Lauren Worley, indica que a agência "leva muito a sério o assunto de segurança de sua tecnologia informática, e em nenhum momento as operações da ISS estiveram ameaçadas por uma intromissão nos dados".
"A Nasa obteve progressos significativos na proteção dos sistemas de tecnologia informática da agência e busca agora aplicar as recomendações feitas pelo inspetor geral nesta área", acrescenta.
Alguns dos roubos sofridos nesse período resultaram na perda de informações delicadas que incluem "propriedade intelectual de terceiras partes, submetida a controle de exportações e informações pessoais identificáveis".
Além disso, segundo Martin, os computadores desaparecidos continham números do sistema de previdência social e dados sobre os programas Constellation e Orion da Nasa.
O número real de aparelhos roubados pode ser ainda mais alto porque a agência depende que seus funcionários informem sobre os desaparecimentos.
Durante 2011, segundo Martin, a Nasa foi alvo de pelo menos 47 ameaças avançadas persistentes em seus sistemas informáticos. Em 13 desses casos, os hackers conseguiram entrar nos computadores da agência.
Em 2010 e 2011, foram registrados 5.408 incidentes relacionados à segurança cibernética, responsáveis por invasões não autorizadas e pela instalação de programas destrutivos nos sistemas da agência. Esses ataques custaram à Nasa cerca de US$ 7 milhões.
Os incidentes incluem tanto invasões de indivíduos que só buscam provar sua habilidade de burlar os códigos de segurança da agência como atividades criminosas na busca de dinheiro e as intervenções patrocinadas pelos serviços de espionagem de outros países.
Em um dos casos, hackers vinculados com endereços eletrônicos na China conseguiram acessar sistemas informáticos e contas delicadas no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e "tiveram o controle completo dessas redes".
Entre outras coisas, esse nível de acesso poderia ter permitido aos invasores modificar, copiar ou apagar arquivos delicados. EFE

Astrônomos criam novas técnicas para buscar vida fora da Terra.

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Madri, 29 fev (EFE).- Uma equipe internacional de astrônomos desenvolveu uma nova técnica para determinar indícios de vida em outros planetas por meio da qual analisa a luz terrestre refletida na lua, o que poderia superar dificuldades de métodos convencionais.
Os resultados do teste foram publicados na revista científica "Nature". O método estudou a Terra como se ela estivesse fora do sistema solar, e a observou não de forma direta, mas por meio do reflexo que o planeta projeta sobre seu satélite.
A equipe observou o fenômeno com o telescópio de longo alcance VLT (por sua sigla em inglês), situado no Deserto do Atacama, no Chile.
O sol brilha sobre a Terra e sua luz se reflete por sua vez sobre a superfície lunar; o satélite, portanto, atua como um grande espelho que devolve a luz terrestre de volta para nós, detalhou o pesquisador do Observatório Europeu Austral e principal autor do estudo, Michael Sterzik.
Os investigadores procuraram indicadores, como por exemplo certas combinações de gases na atmosfera terrestre, que são considerados indícios de vida orgânica, como a presença simultânea de metano, vapor de água e oxigênio.
Ao contrário de pesquisas anteriores, a nova técnica explora a polarização. Quando a luz se polariza seus campos magnético e elétrico têm uma orientação determinada (as ondas vibram numa direção concreta).
Precisamente, o que os investigadores mediram neste trabalho é como luz se polariza dependendo da superfície sobre a qual se reflete, explicou a Efe Enric Pallés, do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), que também faz parte do estudo.
Dependendo da superfície, gelo, nuvens, terra ou oceanos, a superfície se polariza num grau e cor determinado.
O grupo analisou a luz que refletia a Terra sobre a Lua como se fosse a primeira vez que vissem o planeta e essa luz indicou que a atmosfera terrestre é parcialmente nublada, que parte de sua superfície está coberta por oceanos e outro "dado crucial": existe vegetação.
Os cientistas puderam inclusive detectar mudanças que se produzem na cobertura das nuvens da Terra e na quantidade de vegetação em diferentes partes do planeta (tudo isso com o reflexo sobre a Lua).
Esta nova forma de buscar vida extraterrestre busca superar métodos convencionais: a luz de um planeta distante é muito difícil de se analisar porque é eclipsada pelo brilho da estrela que o ilumina.
Para Stefano Bagnulo, pesquisador do Observatório de Armagh, no Reino Unido, a tentativa "é comparável a observar um grão de pó junto a uma lâmpada potente".
No entanto, o reflexo do planeta sobre seu satélite está orientado numa direção, o que permite sua análise de forma simples mediante técnicas que separam a luz polarizada da não polarizada.
Na sede do Observatório Austral Europeu em Garching, na Alemanha, analistas disseram à Agência Efe que a descoberta pode contribuir para futuros descobrimentos em outros lugares do Universo.
"Se ela existe, encontrar vida fora do sistema solar depende exclusivamente de dispormos de técnicas adequadas", disse Palle, quem apontou que em dez ou doze anos o metódo poderia ser utilizado em telescópios.
A equipe do IAC admitiu que este novo "método não revelará dados sobre homenzinhos verdes ou vida inteligente, mas sua aplicação nas novas gerações de telescópios mais potentes poderia facilmente brindar a humanidade com a notícia de que há vida além de seu planeta". EFE