CABO CANAVERAL, Estados Unidos, 20 Dez (Reuters) -
Astrônomos encontraram um par de planetas do tamanho da Terra orbitando uma estrela semelhante ao Sol, mas aparentemente eles não são adequados à vida, disseram nesta terça-feira cientistas que operam o telescópio Kepler, da Nasa.
A descoberta ocorre depois da confirmação, no começo deste mês, da descoberta de uma "super-Terra", batizada de Kepler-22b, que orbita a sua estrela numa distância adequada para que exista água líquida na superfície, o que supostamente é uma pré-condição para a vida.
"O Kepler-22b tem a temperatura correta, mas é grande demais. (Os planetas) que anunciamos hoje são do tamanho certo, mas quentes demais", disse a jornalistas em teleconferência o astrônomo David Charbonneau, da Universidade Harvard.
"Mas podem apostar que a caça continua para que encontremos um planeta que combine o melhor de ambos os mundos, um verdadeiro gêmeo da Terra", afirmou.
Os planetas recém-descobertos, Kepler-20e e 20f, têm pelo menos três irmãos gigantes gasosos, num dos maiores sistemas planetários já descobertos.
Mas a família em nada lembra o nosso Sistema Solar, onde mundos rochosos, como Vênus, Terra e Marte, estão agrupados mais perto do Sol, enquanto gigantes gasosos como Júpiter e Saturno ficam segregados em regiões mais afastadas.
No caso do sistema Kepler-20, os dois planetas rochosos e os três gasosos aparecem intercalados, e todos orbitam mais próximos da sua estrela do que o planeta mais interno do nosso sistema, Mercúrio.
"Planetas rochosos e gigantes gasosos se misturam felizes. É a primeira vez que vemos algo assim", disse Charbonneau.
A astrônoma Linda Elkins-Tanton, do Instituto Carnegie, de Washington, disse que os planetas recém-descobertos não são habitáveis hoje, mas que o Kepler-20f pode ter tido água durante bilhões de anos, "e isso significa que esse planeta pode ter sido habitável no passado por um longo período."
O sistema fica a cerca de mil anos-luz da Terra, na constelação de Lira. A luz viaja a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, e um ano-luz é a distância que ela percorre nesse período.
(Reportagem de Irene Klotz)
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