sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Estrela "vampira" revela os segredos de sua cripta

RIO - Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) obtiveram a melhor imagem até agora de uma estrela enquanto ela rouba material de uma companheira em um sistema binário. Apelidada de "vampira", ela faz parte do incomum sistema SS Leporis, a cerca de 1,1 mil anos-luz na constelação de Lepus (Lebre).

Neste sistema, as duas estrelas orbitam uma a outra a cada 260 dias, separadas por pouco mais que a distância do Sol para a Terra, cerca de 150 milhões de quilômetros. A maior e mais fria delas se estende a um quarto desta distância e a proximidade fez com que a menor e mais quente já tenha canibalizado aproximadamente metade da massa da companheira.

- Sabíamos que essa estrela dupla era incomum e que material estava fluindo de uma estrela para a outra - diz Henri Boffin, co-autor de artigo sobre a observação publicado no periódico "Astronomy & Astrophysics". - O que descobrimos, porém, é que a transferência de massa se deu de uma forma completamente diferente do que os modelos prévios sobre o processo. A "mordida" da estrela vampira foi gentil, mas muito eficaz.

Para revelar os segredos da "cripta" da estrela vampira os astrônomos do ESO combinaram a luz capturada por quatro telescópios da instituição no Observatório de Paranal, no Chile. Com isso, eles criaram um telescópio virtual com um espelho de 130 metros de diâmetro e capaz de obter imagens 50 vezes mais nítidas que o telescópio espacial Hubble.

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